Fundada em 1º de abril de 1922 como Conservatório de Música do Rio Grande, a hoje Escola de Belas Artes Heitor de Lemos (EBAHL) completa cem anos como uma referência no ensino didático artístico e para a cultural riograndina.
Para o professor de teatro, ex-vice-diretor da instituição e atual secretário de Cultura, Luís Henrique Drevnovicz, o centenário é um marco importante não apenas para a escola, mas para o município. “Os cem anos do Belas Artes são um orgulho para Rio Grande. Poucos espaços dedicados à arte resistem por tanto tempo em nosso país”, comenta.
Orgulhosa em falar sobre a instituição, a atual diretora, professora Marisa Saad, diz que a escola vem tem um legado importante na vida da comunidade. “Daqui saíram grandes nomes, como os pianistas Alessandra Feris e Guilherme Goldberg, o cantor Dagoberto Vianna e tantos outros artistas com carreiras brilhantes. O Belas Artes busca levar a arte ao máximo de sua manifestação em todas as áreas de ensino”, diz.
Para a diretora o sucesso da escola se deve a dedicação da equipe de professores, coordenadores e funcionários que diariamente trabalham para formar os alunos e dar suporte para a escola continuar por mais cem anos formando artistas na cidade.
Entre os milhares de alunos já formados pelo Belas Artes neste um século de existência, está Daniel Pereira, 41 anos. O músico conta que sua paixão pelo violão começou ainda na adolescência quando ganhou o instrumento de um dos seus tios. Com o presente, ele passou a se interessar pela música aprendendo a tocar em casa, até ingressar na escola. “Estudar no Belas Artes me proporcionou momentos ricos e cheios de emoção que foram para além da sala de aula. Lá fiz as primeiras apresentações e pude mostrar aos meus familiares e amigos que estava me tornando um músico”, conta.
Contar com uma escola pública voltada para a educação artística e com a qualidade do Belas Artes é, para Pereira, um motivo de orgulho para a população de Rio. “Aprender sobre arte de forma gratuita, é uma oportunidade que todas as crianças e adolescentes merecem. Ter acesso a isso é muito bom”, comenta.
UM POUCO DA HISTÓRIA
O Conservatório de Música do Rio Grande foi criado em 1922 pelo Centro de Cultura Artística do Rio Grande do Sul, com apoio da Prefeitura. Ao longo dos anos a instituição ultrapassou a fronteira da música e incluiu em seu quadro cursos de dança e artes plásticas, transformando-se em Escola de Belas Artes.
Ligada à Secretaria da Educação e à Associação Amigos da EBAHL, em 1965 recebeu o nome do professor Heitor Figueira de Lemos, e passou a chamar-se Escola de Belas Artes Heitor de Lemos, a EBAHL, em homenagem e reconhecimento ao trabalho do docente que prestou valiosos serviços à instituição.
Referência no ensino público das artes, a EBAHL busca formar alunos para o desenvolvimento das suas potencialidades como elemento de autorrealização, além de prepará-los para o exercício consciente do profissionalismo e da cidadania. O trabalho desenvolvido na escola extrapola as salas de aula e chega até a comunidade através das diversas apresentações e exposições realizadas a cada ano letivo.
Atualmente, são ofertadas quatro áreas de ensino: música, artes visuais, dança e teatro. Cada uma engloba uma variada gama de cursos que inclue ballet, cerâmica, pintura, desenho, canto popular, violino, violão, piano e outros.
COMEMORAÇÕES
Para marcar o centenário a escola prepara uma série de atividades que serão desenvolvidas ao longo do ano. A solenidade de abertura das comemorações acontece nesta sexta-feira (1), às 19h, no Auditório Ewerton de Medeiro. O evento é direcionado a ex-diretores e vice-diretores, autoridades e convidados
Até abril de 2023 estão previstas mais de 50 ações alusivas ao centenário. Serão eventos exclusivos para ex-alunos, ex-professores e ex-funcionários, e também atividades abertas ao público. O objetivo é contemplar a todos que contribuíram para a trajetória da instituição.
O calendário de atividades será divulgado na fanpage da escola no Facebook.
