“Eu fui no CRAS e eles me acolheram, me aceitaram, me ajudaram. Estava em um momento muito difícil e eles me estenderam a mão”, diz o aposentado Nei Santos, de 64 anos, morador do bairro Getúlio Vargas. Ele é uma das 51,9 mil pessoas atendidas no primeiro semestre deste ano pelo sistema formado pelos quatro Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) do Rio Grande. Juntas estas unidades são responsáveis por uma série de serviços, que não apenas ajudam a solucionar problemas cotidianos e legais, mas também colaboram para resgatar vidas.
Em um momento complicado após a morte da esposa, Santos procurou o CRAS Zona Portuária há quase um ano em busca de ajuda para conseguir se estruturar e manter a guarda da filha autista. “Queriam tirar até minha casa. Estive sete meses sem receber o salário da minha filha. Eu vim no CRAS e eles me orientaram, procurei um advogado. Foi com auxílio deles que consegui a guarda e hoje está tudo mais tranquilo. Só tenho que agradecer pelo que fizeram por mim”, diz.
Muito mais que cestas básicas
Apesar de responsáveis por distribuir 64,8 mil toneladas de alimentos não perecíveis, no ano passado, para famílias em situação de vulnerabilidade social, os CRAS são uma referência para a comunidade para diversas outras questões. É com a ajuda das equipes formadas por assistentes sociais, psicólogos, educadores e técnicos que uma parcela significativa da população consegue ter acesso a direitos e benefícios básicos.
“Temos essa obrigação com a comunidade, de fazer recomendações e encaminhamentos, de nos informar sobre as políticas públicas e saber repassar essas informações à população, auxiliando para que, de fato, as pessoas tenham seus direitos garantidos. A distribuição de cestas básicas é um benefício eventual, liberado esporadicamente para as famílias e dependendo de uma situação específica e de avaliação técnica. Mas o CRAS é muito mais do que isso”, afirma a Maria Alice Salcedo, coordenadora do CRAS Lúcia Nader, localizado no bairro Profilurb II.
Além de serviços específicos como acolhimento de famílias vulneráveis, acompanhamentos solicitados por ordens judiciais, acompanhamento domiciliares de idosos e pessoas com deficiência, serviços de terapias ocupacionais e grupos de convivência, as equipes também realizam uma série de outras atividades que vão desde o encaminhamento de pedidos de benefícios sociais até auxílio para obtenção de documentos com CPF, Título de Eleitor e RG.
“O CRAS não existe apenas para distribuir sacolão, como muitas pessoas pensam. Trabalhamos muito com a comunidade e temos muito mais a oferecer”, diz Patrícia Gonçalves, coordenadora do Zona Portuária.
Por trás dos números
Os números tabulados nas planilhas de cada coordenação e acompanhados de perto pelo secretário municipal de Cidadania e Assistência Social, Evandro da Silveira, mostram que na comparação com o ano passado o total de atendimentos prestados pelo sistema CRAS em Rio Grande é 80% maior. Porém muitos mais do que números, os CRAS estão cheios de histórias. Histórias de gente que perdeu ou está prestes a perder a esperança e encontra nas equipes uma última e providencial ajuda para seguir em frente.
Foi assim que Nei Santos e sua filha passaram a estar sempre presentes no CRAS Zona Portuária, principalmente para as aulas de dança, que ocorrem normalmente nas quartas-feiras. “Eu gosto e é muito bom para minha filha, faz bem pra ela. Então quando chega o dia a gente já fica animado para vir”, diz.
Essa e outras atividades são desenvolvidas através do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, um dos mais importantes complementos do Programa de Atenção Integral as Famílias, principal projeto desenvolvido nos CRAS.
“Nós trabalhamos realizando o acompanhamento das famílias, por meio do atendimento no CRAS ou a domicílio. A dança e outras atividades são momentos de descontração, das pessoas brincarem, se divertirem, é uma oportunidade para trocar experiências, conviverem umas com as outras”, comenta Patrícia.
No outro lado da cidade, no CRAS Lúcia Nader, a aposentada Mara Oliveira, de 57 anos, é outro exemplo de uma vida recuperada com ajuda do serviço. Há três anos ao procurar ajuda para enfrentar a depressão, ela encontrou apoio em um grupo de mulheres, fez novas amizades e agora frequenta o CRAS para se divertir e esquecer os problemas.
“Essa convivência é uma coisa muito boa. Aqui a gente tem tricô, crochê, artesanato, dança, que é o que eu mais gosto, e as vezes têm bingo. Tenho minhas amigas já, a gente se entrosa, conversa, é muito bom. Quando eu não venho, sinto muita falta”, conta.
A partir destas atividades, as equipes conseguem criar vínculos com a comunidade, construindo uma relação que irá se traduzir em atendimentos pessoalizados e qualificados, praticamente sob medida para cada pessoa e situação. Esse sentimento de proximidade fortalece a confiança da população nos profissionais de cada CRAS e consolida, na prática, a imagem de referência que as unidades têm para suas comunidades.
Serviços dos CRAS
- Acolhimento;
- Auxílio para solicitação de Benefícios Previdenciários;
- Encaminhamentos para a Rede de atendimento Pública em todas as áreas;
- Acompanhamento domiciliar a Idosos e Pessoas com deficiências;
- Concessão de Benefícios eventuais tais como: cesta básica, Auxílio Funeral e documentação (RG, CPF, Título Eleitoral, Carteira de Trabalho Digital, liberação de passagens dentro da lei de Benefícios Eventuais do Município de Rio Grande), além de informações em relação ao restante da documentação necessária a todo cidadão;
- Acompanhamento domiciliar solicitados via Promotoria;
- Garantia de Todo e Qualquer direito independente de qual necessidade;
- Informações diversas sobre todo e qualquer assunto inerente à garantia de direitos;
- Encaminhamento de Passe Livre Intermunicipal e Interestadual;
- Realização de Grupos ligados aos SCFV – PAIF (Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos)
Assessoria de Comunicação - PMRG