Rio Grande receberá plataforma para desmantelamento
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Publicado em 12/07/2023

A indústria naval na cidade do Rio Grande será pioneira no país no processo de desmantelamento verde, com destinação sustentável para embarcações e plataformas de exploração petrolífera, seguindo preceitos de ESG (sigla em inglês para Ambiental, Social e Governança) voltados a práticas sustentáveis com geração de valor e respeito às pessoas. O Estaleiro Rio Grande, administrado pela empresa ECOVIX, receberá em até 120 dias a Plataforma P-32 da PETROBRAS para o início das obras de desmantelamento de sua estrutura em projeto que deve gerar aproximadamente 250 empregos diretos.

Em leilão realizado pela PETROBRAS finalizado na última sexta-feira (7), destinado apenas ao mercado interno, as empresas GERDAU e ECOVIX arremataram a estrutura da Plataforma de Exploração de Petróleo P-32. O processo de venda desta estrutura delimitava seu uso futuro como sucata, não havendo possibilidade legal da utilização desta para outros fins. A Plataforma P-32 operava na Bacia de Campos, no estado do Rio de Janeiro, desde 1998, em período que iguala a vida útil projetada para este tipo de embarcação/estrutura.

A PETROBRAS possui atualmente outras 26 plataformas que deverão entrar em processo de leilão visando seu desmantelamento nos próximos anos. O desmonte destas estruturas e a reciclagem de suas peças metálicas darão um novo fôlego à indústria naval brasileira gerando uma nova oportunidade de prestação de serviço aos estaleiros locais. Segundo relatório da consultoria Wood Mackenzie divulgado no ano de 2020, no Brasil havia à época cerca de 102 plataformas que chegariam ao fim de sua vida útil até o ano de 2030. O processo para torná-las inoperantes (descomissionamento, remoção/deslocamento e desmantelamento) e posteriormente a reciclagem de suas peças metálicas poderia movimentar um montante de até R$90 bilhões ainda nesta década, conforme aponta o relatório. 

O Prefeito Fábio Branco avalia como positiva a notícia da utilização do Estaleiro Rio Grande para este fim.  “Já vínhamos enxergando isto como um nicho a ser ocupado e ficamos felizes por utilizar melhor esse ativo tão importante (o dique seco)”, afirmou. Rio Grande conta com o maior dique seco da América Latina, constituindo-se um diferencial para a indústria naval local ampliando sua gama de possibilidades na prestação de serviços. O fato de muitas plataformas encontrarem-se inoperantes no país, trazendo altos custos de manutenção a fim de reduzir a possibilidade de acidentes ambientais, é apontado pelo Prefeito Fábio Branco como uma oportunidade de viabilizar o dique-seco como um ativo para o município e fomentar a utilização dele para outros processos de desmantelamento. 

Fábio Branco salienta que além da geração de empregos e renda na região, este processo cumpre um papel ecologicamente relevante ao dar destinação correta a este tipo de estrutura. Muitas peças poderão ser reaproveitadas pela indústria de transformação, girando a economia e fomentando essa indústria tão importante para o país. A empresa GERDAU ficará responsável por apresentar um plano de reciclagem da estrutura, desde seu recebimento até a destinação final dos resíduos gerados no processo, e este plano será acompanhado pela PETROBRAS visando o cumprimento das boas práticas ambientais e de segurança no trabalho em todo o processo. O Estaleiro Rio Grande já possui licença para este tipo de operação e planos de contingência e emergência em caso de sinistro.

A reativação da indústria naval no município, seja com a realização de reparos em embarcações que já estão ocorrendo ou em futuros processo de desmantelamento de plataformas, tem grande importância econômica e social para a população local, trazendo novos empregos e mantendo a mão-de-obra local ativa e capacitada para este setor. O desmantelamento da P-32 no Estaleiro Rio Grande também é importante para manter sua estrutura em operação, evitando a depreciação desta importante estrutura industrial local.

A cidade do Rio Grande possui características em sua infraestrutura industrial que permitem a ela receber massivos investimentos dentro do setor naval, seja para a realização de manutenção e reparos em embarcações ou desmantelamento de estruturas, até que possa ser retomada a participação dos estaleiros locais em contratos maiores – como de construção de módulos e plataformas. “Entendemos que esta é uma etapa para a retomada gradual da atividade de construção naval em Rio Grande”, afirmou o Prefeito.

ASSESSORIA --- PMRG

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