Como forma de auxiliar os produtores do Polinizando o Pampa na redução dos impactos após a passagem do ciclone, nos últimos dias as equipes do projeto visitaram as propriedades para avaliar a situação e aconselhar como proceder em situações de intempéries. Além disso, também foram discutidos os cuidados necessários com a colmeia durante os meses de inverno.
O monitoramento da equipe técnica é um dos benefícios para os membros do programa, que receberam diversas orientações para a proteção das caixas diante da previsão de clima severo acompanhado de ventos intensos, situação que foi confirmada com a passagem do ciclone.
Paralelamente, os participantes também conheceram como preparar o xarope de reforço alimentar, feito de água e açúcar, para que possa ser uma fonte de carboidratos e energia durante os meses mais frios. De forma semelhante, os produtores podem optar pelo uso de bombons de pólen para o fornecimento de proteínas.
“Fizemos visitas para inspeção das abelhas, para verificarmos como elas ficaram após o ciclone. Nós olhamos as caixas, onde não pode ficar umidade, não pode ficar mofo. As abelhas controlam a temperatura e a umidade dentro da colônia e em climas com muita chuva, geada, ciclone etc, fica muito difícil manter esse controle. Até porque elas vieram há pouco para Rio Grande e estão se acostumando com a região. Muitas nunca tinham passado pelo inverno, são muito novas”, conta Rosana Halinski, da empresa Halinski Soluções Ambientais e Estatísticas, que é responsável pela execução do projeto em parceria com a Prefeitura do Rio Grande.
As ações de acompanhamento só puderem ser realizadas nos últimos dias, quando o clima estava mais estável e com dias de sol, já que as colmeias não devem ser abertas em condições distintas, pois isso pode causar a morte das abelhas Além disso, nem todas as propriedades puderam ser visitadas, em razão dos transtornos causados pelo ciclone. Mesmo assim, foram feitas orientações por telefone e aplicativos de mensagem.
De acordo com o que foi verificado durante o monitoramento, aqueles que conseguiram seguir as instruções e proteger a caixa adequadamente, mantiveram a colmeia saudável. Porém, em função da intensidade do evento, e dos impactos causados, isso não foi possível com todos os participantes.
“ Tivemos perdas por causa do ciclone mas nada que não possamos contornar. É importante que o pessoal entenda que eventos como esse acontecem e estamos propensos a isso. Mas todos vão conseguir continuar e na primavera faremos novas multiplicações”, afirma Rosana.
Cuidados para a estação
Conforme explica Rosana, são nos meses de inverno que as abelhas mais demandam cuidados, já que é nesse período que as jataís fazem a diapausa. “ É uma pausa nos trabalhos externos em função das condições climáticas, que também é acompanhada pela interrupção da postura dos ovos, justamente pela falta de garantia de que o alimento será suficiente para o aumento da colmeia”, diz.
Como alternativa para a mudança em função das baixas temperaturas, os participantes são orientados a fornecer o xarope e os bombons de pólen, mencionados anteriormente.
“ Isso não acontece em outros lugares de clima quente. Mas aqui no sul, com inverno rigoroso, elas entendem que não têm flores e por isso ela para de trabalhar externamente. Nesse período a abelha trabalha na limpeza, na retirada da umidade, do que estragou ou mofou. Ela precisa de energia para isso. Se não tem, a gente ajuda na alimentação com o xarope e os bombons de pólen”, explica.
ASSESSORIA ---- PMRG