A segurança pública de Rio Grande esteve em pauta nesta sexta-feira (4) em nova reunião do Gabinete de Gestão Integrada (GGI), que contou com importantes representações estaduais da área. Entre os presentes esteve o secretário da Segurança Pública do RS, Sandro Caron, o subcomandante-geral da Brigada Militar, coronel Douglas da Rosa Soares, e o subchefe da Polícia Civil, delegado Heraldo Chaves Guerreiro, que foram recebidos pelo prefeito Fábio Branco e demais representantes das forças de segurança para debater os indicadores de criminalidade do município no primeiro semestre de 2023.
Desde 2022, quando foram registradas estatísticas elevadas de crimes, especialmente homicídios, diferentes ações vem sendo realizadas para alterar este cenário. Os dados apontam que, em 2022, Rio Grande contabilizou 58 mortes violentas no primeiro semestre, contra 23 no mesmo período deste ano, representando uma queda de mais de 60%.
Conforme Branco, o encontro foi uma oportunidade de demonstrar os atuais dados da segurança pública vivenciados em Rio Grande e valorizar o trabalho desempenhado pelos órgãos de segurança. “Ficamos preocupados com as estatísticas apresentadas no Anuário de Segurança ,e a posição em que colocou Rio Grande. Mas é importante salientar que são dados do ano passado e que eles passam uma imagem muito ruim da cidade, porque a gente vem buscando se reestabelecer. Estamos trabalhando para levantar a autoestima, gerar emprego, renda, qualidade de vida e tranquilidade para a comunidade”, afirma
Também de acordo com a Secretaria de Segurança Pública do RS, o resultado já é consequência da atuação especial na cidade, com o reforço do policiamento ostensivo, com ações pontuais da Brigada Militar, e o incremento do efetivo da polícia judiciária para fortalecer as investigações e elucidações dos crimes ocorridos.
O primeiro semestre ainda foi marcado pela redução de roubo a pedestres. De janeiro a junho deste ano, foram 373 casos contra 446 em 2022, totalizando uma redução de 16%. Além disso, o roubo de veículos caiu 50%, passando de 10 casos no primeiro semestre de 2022 para 5 casos em 2023.
Conforme Sandro Caron, que já atuou no município pela Polícia Federal de Rio Grande, a integração entre os órgãos de segurança é fundamental para reduzir a criminalidade. “Municípios que fazem essa gestão aproximada com as forças de segurança e com os demais agentes públicos têm grandes chances de reduzir os indicadores de criminalidade. É essencial esse acompanhamento integrado, que possibilita a troca de experiências e o alinhamento de ações que irão beneficiar todos os cidadãos”, declara.
Além disso, ele frisou que o desempenho evidencia uma conduta no caminho certo, mas que nem por isso as atividades serão interrompidas e reduzidas, pois Rio Grande seguirá merecendo uma “atenção especial”. Ainda sobre a pauta, Caron também revelou que irá dialogar com os comandos da Polícia Civil e da Brigada Militar para deliberar sobre um novo reforço de efetivo para o município, já que ambos os órgãos iniciam processo de treinamento de novas equipes nos próximos meses.
Virada da Paz
Aliado a esse contexto e a todas importantes atividades realizadas pelas polícias, Rio Grande também já deu início a um movimento interno, integrado com os demais órgãos, com foco na prevenção e na mudança de cenário a longo prazo. É o Virada da Paz, programa que propõe a implantação de um modelo mais proativo e multidisciplinar de trabalho a partir de inteligência estratégica para oportunizar maior segurança para a comunidade rio-grandina.
Lançado em 3 de maio, a intenção da proposta é formalizar um pacto entre as Forças de Segurança, o Poder Judiciário, a Prefeitura e outros parceiros em um objetivo comum, reduzir os índices de violência no município a partir de um grande movimento social preventivo, com foco em evidências denunciadas e situações vivenciadas pela população, assim como no atendimento do público considerado de risco.
De acordo com o prefeito, a redução dos níveis de criminalidade ainda não tem relação direta com o programa, mas ele será necessário para que o cenário possa ter uma mudança mais profunda. “Temos essa necessidade de trabalhar a prevenção a respeito da droga, de promover a geração de emprego, de renda, de reforçar a estrutura familiar, é assim que a cultura da paz virá. Se não pensarmos no futuro, vamos continuar enxugando gelo. Ainda não temos nenhum resultado da implantação, mas sim um efeito moral, como da maior presença das escolas, nas famílias que vamos acompanhar. Nosso objetivo é fazer com que as pessoas possam ter oportunidade no seu caminho e com certeza no futuro vamos colher esses frutos”, destaca.
O tema também foi comentado pelo subcomandante-geral da Brigada Militar, coronel Douglas da Rosa Soares, que relembrou que já trabalhou em outros municípios com programas semelhantes e que apresentaram boas respostas.
“Vou afirmar, Rio Grande terá resultados. Muitos dos fatos que viram crime tem origem lá dentro da família e isso que está sendo feito vai ter resultado logo adiante. Vamos ter menos pessoas envolvidas com fatos delituosos e isso pode alcançar e mudar o destino daquele que escolhe o crime, porque ele vai escolher o caminho do bem. E fazendo isso, diminui o trabalho dos operadores de segurança pública e acaba direcionando nossos esforços para o crime organizado e para aqueles que realmente se preparam para cometer um mau ainda maior para a sociedade”, diz.
ASSESSORIAA -- PMRG