Recentemente, o ProArbo, programa que está estudando e mapeando a arborização de Rio Grande, superou a marca de 5 mil árvores detalhadas e registradas. A iniciativa é promovida pela Secretaria de Meio Ambiente (SMMA) e propõe a criação de uma base representativa sobre a diversidade de espécies de árvores dos principais centros urbanos da cidade para posteriormente atuar na gestão e qualificação da arborização no município.
Como parte do trabalho em desenvolvimento, a análise dos indivíduos possibilita avaliar se as árvores podem estar oferecendo algum tipo de risco a população, a exemplo do que ocorreu há poucos dias no Cassino. Após a queda de uma árvore na Avenida Rio Grande, a equipe esteve no local para examinar o ocorrido, além de atuar em parceria com a SMMA para a manutenção dos demais indivíduos do local, para assim evitar novos problemas e sugerir pontos para plantios de substituição.
Dessa forma, em cenário também associado à passagem do ciclone que trouxe diversos danos a Rio Grande no mês de julho, foram encontrados grandes galhos quebrados de eucaliptos, com pesados ninhos de aves que estavam contribuindo para o risco de queda sobre veículos e pedestres na via. Por esse motivo, a Unidade de Arborização e Poda (UPA) esteve no local para verificar se os ninhos estavam ocupados e, como não estavam, os galhos foram removidos para evitar transtornos futuros.
“ As árvores em questão estavam com muita erva-de-passarinho (planta parasita) e fragilizadas, o que provavelmente causou a quebra dos galhos. Eram galhos grandes que apresentavam riscos”, conta Elisa Aires, Bióloga e Mestre em Ambiente e Sustentabilidade que está atuando no projeto.
Essa é uma etapa importante do programa, justamente para evitar que árvores doentes e avariadas por intempéries ou outras questões tragam perigo ou transtornos para a população. Neste contexto, trabalho semelhante está sendo realizado na Praça Tamandaré, onde estão concentradas as ações do programa neste momento e mais de 700 árvores já foram cadastradas. Na maior praça do interior do estado, diversos indivíduos acabaram caindo durante o ciclone ou precisaram ser retirados por estarem muito danificados.
“ Algumas árvores foram suprimidas porque, devido ao ciclone, elas ficaram com raízes expostas, além de estarem com troncos ocos, o que representa elevado risco de tombamento”, afirma Elisa. Ela também comenta que, em função disso, já está sendo planejado uma ação para o plantio de novos indivíduos para compensar a retirada daquelas que apresentavam problemas, tendo como prioridade o plantio de espécies nativas.
Sobre os efeitos do ciclone, a bióloga explica que os dados finais ainda não puderam ser computados, mas que estão sendo registrados os pontos onde houve queda de árvores ou a sua supressão, e essas informações estarão apresentadas no aplicativo do programa para que possam ser consideradas na qualificação de políticas públicas para a área.
Mais sobre o ProArbo
Todas as informações coletadas são cadastradas em um aplicativo, criado especialmente para o estudo, em trabalho executado por técnicos e alunos da UFPEL, com quem a Prefeitura firmou convênio para a execução do projeto.
A equipe faz a análise individualizada da arborização e desde o início do ano tem percorrido ruas, praças e parques de Rio Grande para, com auxílio da aplicação, registrar informações específicas de cada árvore, como a situação fitossanitária e possíveis conflitos existentes entre a vegetação e fiações elétricas e calçadas, por exemplo.
Além de examinar as condições de saúde das árvores, também é feito um registro georreferenciado e individualizado, para que todos esses dados estejam mapeados no aplicativo e à disposição da SMMA.
Cenário atual e objetivos
Diante do estudo já realizado, foi possível constatar que grande parte dos problemas estão relacionados a presença de ervas parasitas, como a erva-de-passarinho, além do conflito com cabeamentos e com acessibilidade, em especial devido à raízes que acabam levantando calçadas e dificultando o tráfego de pessoas.
Após computados, esses diagnósticos irão formar uma grande base de dados que será utilizada para a gestão da arborização da cidade. Assim, será possível recomendar as prioridades de arborização das grandes avenidas, ruas e praças, apontando as espécies adequadas para estes plantios de acordo com suas características e legislação vigente.
Além disso, como meta para 2024, a SMMA quer o aumento de 10% da cobertura vegetal, a produção de um Guia Digital de Arborização Urbana e a atualização do Plano Municipal de Arborização.
ASSESSORIA -- PMRG