Projeto piloto em saúde preventiva começa a ser desenvolvido em Rio Grande
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Publicado em 15/09/2023

Agentes comunitários de Saúde do Rio Grande (RS) iniciam, na próxima semana, um trabalho de campo que visa buscar informações junto aos moradores da cidade com objetivo de identificar quem tem risco de desenvolver um dos cinco tipos de câncer mais comuns no Brasil (mama, próstata, cólon, colo de útero e pulmão). Essa ação faz parte de um projeto-piloto entre a Prefeitura do município, por meio da Secretaria da Saúde (SMS), e a startup Previneo, de Curitiba, com intermediação da organização Artemisia (realizadora do programa Plataforma de Inovação Aberta em Atenção Primária à Saúde).

Com levantamentos semelhantes realizados na rede privada, a startup vai ter a primeira experiência governamental na rede pública de Saúde, sendo Rio Grande o município escolhido em todo o país para o trabalho ser executado. O contrato para o desenvolvimento dessa ação foi firmado com a Prefeitura, em 25 de julho deste ano, sem custos para o Executivo.

Na quarta (13) e quinta-feira (14), integrantes da startup estiveram em Rio Grande apresentando a ferramenta digital que será utilizada pelos profissionais da Saúde da rede pública, com objetivo de fazer a busca por pacientes com risco de desenvolver algum dos tipos de câncer. Durante a exposição, o CEO da Previneo, médico mastologista Hélio Rubens Filho citou que o Brasil tem mais de 700 mil novos casos de câncer por ano, somando os cinco principais tipos. Disse que “o foco da plataforma Previneo é reduzir a incidência e o diagnóstico tardio dessas doenças, para que a população viva mais, com tratamentos menos agressivos e menos custosos”.

Gestora da Vigilância Epidemiológica da Secretaria da Saúde, a médica Shirlei Cardone apresentou números de óbitos por neoplasias no município, ocorridos em 2021 e 2022.  Os números mostram crescimento de óbitos no município em todos os cinco tipos de câncer. Foram 50 de pulmão (2021) e 78 (2022); intestino, 26 (2021) e 28 (2022); mama, 26 (2021) e 36 (2022); próstata, 27 (2021) e 34 (2022); e útero, 14 (2021) e 15 (2022).

Até dezembro deste ano, o projeto-piloto vai ser desenvolvido no município. Após, serão medidos alguns indicadores, “como redução de doenças avançadas e de custos e aumento do número de exames de rastreamento dentro da população, sempre com foco no câncer”, adiantou o CEO. O trabalho deve ter continuidade no município em 2024.

COMO PROCEDER

Por meio de entrevistas realizadas em uma plataforma online, os moradores de Rio Grande poderão agir preventivamente no combate a doenças que lideram os casos de óbitos no país. Os questionários também poderão ser acessados nos hospitais públicos, unidades básicas (UBS e UBSF) da cidade e junto aos agentes comunitários de Saúde.

Para ter acesso ao questionário na plataforma digital, um QR Code será disponibilizado para a população. Ao acessar o QR Code, a pessoa deverá preencher o questionário com informações básicas, incluindo identidade, idade e histórico de saúde, como hábitos com bebida, cigarro, atividade física, entre outras. Após o preenchimento, a plataforma indica o grau de risco da pessoa para algum tipo de câncer e, conforme o caso, orienta, via WhatsApp, para que a pessoa busque atendimento em alguma unidade de Saúde.

ACEITAÇÃO

Durante a apresentação da plataforma para integrantes dos hospitais da rede pública do município - Santa Casa e HU/FURG -, quinta-feira, na sede da Secretaria da Saúde, o gestor da Pesquisa e Inovação Tecnológica em Saúde do HU/FURG, Luiz Fernando Guerreiro comentou sobre os benefícios que essa ferramenta pode proporcionar. Disse que a plataforma agirá como um alerta às pessoas, no que se refere à prevenção desses tipos de doenças.

“É um investimento em prevenção e contribui com todo o sistema de Saúde. No futuro, veremos os impactos econômicos e sociais dessa ferramenta.” Ele acredita que é possível investir em mais tecnologias para tornar as pessoas mais saudáveis.

A secretária da Saúde do Rio Grande, Zelionara Branco participou dos encontros de apresentação da plataforma digital para os agentes comunitários e com representantes da rede hospitalar. De acordo com ela, o objetivo das reuniões foi mostrar a plataforma para os profissionais e hospitais da rede SUS. Reforçou que a ferramenta objetiva fazer a identificação precoce de situações de risco para o câncer, “isso não significa que vai ser dado o diagnóstico”. Esclarece que a avaliação identificada na ferramenta mostrará ou não se a pessoa tem um grau de risco alto, médio ou baixo. “Se a pessoa tem um risco presente, ela deverá se organizar para procurar os serviços públicos, fazer exames de detecção precoce e manter os cuidados com a saúde em dia.”

A secretária tranquilizou os profissionais ao dizer que essa plataforma surge para potencializar o trabalho da área da Saúde e que o foco é a prevenção. Por outro lado, adiantou que com o provável surgimento de novas demandas, as ações da Saúde deverão ser mais organizadas, a fim de priorizar o atendimento às pessoas que tenham sido identificadas com alguma situação de risco. “A ideia é que elas passem a utilizar ainda mais o sistema SUS, realizar exames preventivos com frequência, proporcionando que tenham, efetivamente, mais saúde”, defendeu Zelionara Branco.

ASSESSORIA -- PMRG

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