Aumento nas internações por covid-19 é alerta para importância da vacinação bivalente contra o coronavírus
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Publicado em 30/10/2023

O Rio Grande do Sul tem apresentado nas últimas semanas um aumento nas internações por covid-19. Foram registradas no período um total de 64 hospitalizações por complicações respiratórias em virtude do coronavírus na semana entre os dias 8 e 14 de outubro contra apenas 14 na semana entre os dias 20 e 26 de agosto. O fato reforça a importância da vacinação contra a doença, principalmente através da dose atualizada da vacina bivalente, que hoje tem menos de 20% da população acima de 18 anos no Estado vacinada. 

 

Com relação às possíveis causas desse aumento, a chefe substituta da Divisão de Vigilância Epidemiológica do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), Letícia Garay Martins, ressalta que o coronavírus (Sars-CoV-2) já pode ser considerado endêmico. “Isso quer dizer que ele irá circular com picos em determinados momentos do ano como, assim como o vírus da gripe influenza”, explicaAlém disso, a cobertura da bivalente é baixa nos maiores de 18 anos, sendo essa a vacina com composição mais próxima genomicamente das variantes que circulam atualmente”, complementa. 

 

Também se identificou o aumento da proporção de internações de Síndrome Respiratória Aguda grave (SRAG) por covid-19 entre as SRAG por outras causas. Enquanto na semana de 20 a 28/8 o coronavírus representava 6% (14) das internações por esse agravo, na semana de 8 a 14/10 esse índice passou a 26% (64). São outras causas de SRAG, infecções pelo vírus da gripe influenza, Vírus Sincicial Respiratório (VSR) entre outros agentes virais, assim como SRAG não especificadas, àquelas para as quais não se identificou vírus respiratórios. 

 

Fatores de risco nos óbitos 

Com o aumento das internações, consequentemente aumentaram os óbitos, mesmo que em proporções bem inferiores. Nas últimas três semanas ocorreram 18 óbitos por covid-19 no Estado. Desses, 16 em maiores de 60 anos. Nos dois demais, ambos apresentavam comorbidade. “Ou seja, 100% dos últimos óbitos ocorreram em pessoas com algum fator de risco, seja a idade ou presença de comorbidade e que, por isso, são ainda mais importantes que façam a vacina”, afirma Letícia“E em 12 desses, o indivíduo tinha três ou menos doses de vacina”, aponta. 

 

Vigilância Genômica 

O Centro Estadual de Vigilância em Saúde segue com o monitoramento das variantes do coronavírus em circulação no Estado. As análises demonstram a continuidade da circulação de diferentes sublinhagens da variante Ômicron do Sars-CoV-2 no Rio Grande do Sul e, entre essas, já houve a detecção pontual, a o momento de um caso, da sublinhagem EG5.1, chamada de Éris. 

 

Vacinação 

As crianças ainda apresentam baixo percentual de vacinação contra o coronavírus no Estado. São apenas 36% das cerca de 1,6 milhão de crianças acima dos 6 meses até os 11 anos vacinadas com duas doses. Entre os adolescentes de 12 a 17 anos, esse percentual é de 82%. 

 

Na população de 18 anos ou mais, o índice também é considerado baixo. Até o momento já foram aplicadas cerca de 1,6 milhão de doses da vacina bivalente nessa população, o que representa cerca de 18% da população desta idade. Para esses que já fizeram a bivalente ainda não há perspectiva de nova dose. Para 2024 há uma estimativa de que a vacinação será seletiva, ou seja, por grupos prioritários, conforme exposição e risco para evoluir com gravidade (internações e óbitos), assim como acontece com a vacinação anual contra a gripe influenza. Esse protocolo ainda depende de definição do Ministério da Saúde. 

Secom - GOV RS

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