O programa da Secretaria de Meio Ambiente que está estudando e mapeando a arborização de Rio Grande, chegou, nos últimos dias, a 6 mil árvores detalhadas e registradas. O ProArbo é uma iniciativa que está oportunizando a criação de uma base de dados representativa e georreferenciada sobre a diversidade de espécies de árvores dos principais centros urbanos da cidade para posteriormente atuar na gestão e qualificação da arborização no município.
Nas últimas semanas a equipe do programa está atuando na análise de indivíduos nas vias dos bairros Lar Gaúcho e Cidade Nova, em processo que tem avançado com apoio logístico dos servidores do setor de fiscalização. Outros pontos já foram finalizados recentemente, como a Avenida Rio Grande, no Cassino, Praça Sete de Setembro e a Praça Tamandaré, a maior do interior do estado. Segundo o levantamento, foram contabilizadas e cadastradas mais de 1200 árvores apenas na praça.
Apesar dos números já expressivos de árvores registradas, ainda restam muitas áreas a serem exploradas. O trabalho ainda deve continuar na área mais central da cidade, à medida que, aos poucos, as equipes começam a realizar os estudos nos bairros da cidade, que também terão a arborização devidamente analisada.
De acordo com Elisa Aires, bióloga e mestre em Ambiente e Sustentabilidade que está atuando no projeto, aproximadamente metade dos indivíduos detalhados possuem algum tipo de problema. “Isso tem relação com o fato de existirem muitas espécies exóticas, o que acaba fazendo com que elas sejam mais suscetíveis a doenças e pragas. Então elas acabam tendo bastante cupim, broca e fungos que causam apodrecimento interno”, conta.
Por outro lado, ela acrescenta que a maioria das situações encontradas são de fácil resolução e não apresentam risco elevado. “Com estado péssimo são apenas 8%, é uma parte bem pequena do total. Ainda assim, isso não quer dizer que todas irão cair, muitos casos são passíveis de resolução tendo um manejo correto e atenção adequada”, tranquiliza.
O ProArbo
Todas as informações coletadas são cadastradas em um aplicativo, criado especialmente para o estudo, em trabalho executado por técnicos e alunos da UFPEL, com quem a Prefeitura firmou convênio para a execução do projeto.
A equipe faz a análise individualizada da arborização e desde o início do ano tem percorrido ruas, praças e parques de Rio Grande para, com auxílio da aplicação, registrar informações específicas de cada árvore, como a situação fitossanitária e possíveis conflitos existentes entre a vegetação e fiações elétricas e calçadas, por exemplo.
Além de examinar as condições de saúde das árvores, também é feito um registro georreferenciado e individualizado, para que todos esses dados estejam mapeados no aplicativo e à disposição da SMMA.
Cenário atual e objetivos
Diante do estudo já realizado, foi possível constatar que grande parte dos problemas estão relacionados a presença de ervas parasitas, como a erva-de-passarinho, além do conflito com cabeamentos e com acessibilidade, em especial devido à raízes que acabam levantando calçadas e dificultando o tráfego de pessoas.
Após computados, esses diagnósticos irão formar uma grande base de dados que será utilizada para a gestão da arborização da cidade. Assim, será possível recomendar as prioridades de arborização das grandes avenidas, ruas e praças, apontando as espécies adequadas para estes plantios de acordo com suas características e legislação vigente.
Além disso, como meta para 2024, a SMMA quer o aumento de 10% da cobertura vegetal, a produção de um Guia Digital de Arborização Urbana e a atualização do Plano Municipal de Arborização.
ASSESSORIA --- PMRG