Aproximadamente dois meses após alcançar o número de 7 mil árvores analisadas, a equipe do ProArbo já registrou outras mil árvores em seu banco de dados. A celeridade no processo está relacionada ao reforço da equipe, que agora conta com três técnicos de nível superior para a execução do trabalho.
Além disso, na próxima semana dois estagiários irão se juntar à equipe que está produzindo um elaborado panorama sobre a arborização do Rio Grande. Recentemente, os técnicos envolvidos têm atuado nas regiões do Lar Gaúcho, Navegantes e Cidade Nova e na sequência darão início ao estudo nas áreas da Avenida Senador Salgado Filho e Vila Militar.
O ProArbo
O ProArbo é uma iniciativa da Secretaria de Meio Ambiente (SMMA) que está oportunizando a criação de uma base de dados representativa e georreferenciada sobre a diversidade de espécies de árvores dos principais centros urbanos da cidade. Todas as informações coletadas são cadastradas em um aplicativo, criado especialmente para o estudo.
Esse trabalho está sendo executado por professores, técnicos e alunos da UFPEL, com quem a Prefeitura firmou convênio para a execução do projeto. A equipe faz a análise individualizada da arborização e desde o início do ano tem percorrido ruas, praças e parques de Rio Grande para, com auxílio da aplicação, registrar informações específicas de cada árvore, como a situação fitossanitária e possíveis conflitos existentes entre a vegetação e fiações elétricas e calçadas, por exemplo.
Além de examinar as condições de saúde das árvores, também é feito um registro georreferenciado e individualizado, para que todos esses dados estejam mapeados no aplicativo e à disposição da SMMA. Assim, cada indivíduo tem sua posição geográfica indicada no aplicativo.
Um pouco sobre os dados já processados
Recentemente, a equipe do programa realizou uma apresentação sobre o tema ao Conselho Municipal de Meio Ambiente (COMDEMA) para dar ciência aos membros sobre o andamento da proposta e sobre a situação encontrada em Rio Grande. Naquele momento, 7200 indivíduos haviam sido verificados e computados, dados que serviram de base para o cenário apresentado aos conselheiros.
Considerando este contexto, 41% do montante eram consideradas árvores de grande porte (10m ou mais), além de 35% pequenas (menos de 5m) e 24% definidas como médias (entre 5m e 10m), índices que são bastante semelhantes aos que foram verificados sobre o diâmetro da copa.
Comprovando uma tendência já esperada sobre a arborização, 62% das árvores eram exóticas, sendo apenas 32% nativas da região, o que reflete diretamente na quantidade de problemas verificados. Apesar disso, quanto à situação fitossanitária, 66% eram considerados indivíduos em estado bom ou saudável e apenas 9% se encontravam em situação péssima.
De acordo com o trabalho realizado a campo, 49% da arborização tinha problemas que podem ser verificados visualmente, como pragas. Outros 28% possuíam parasitas e 23% doenças fúngicas. Já sobre a estabilidade da árvore, 90% estavam em equilíbrio, mas 10% demonstravam uma posição de desequilíbrio, o que pode contribuir para a queda em situações de ventos fortes, por exemplo.
Além disso, 96% da arborização apresentava afloramento das raízes, ou seja, raízes expostas, o que é justificado pelo solo pouco profundo da cidade. Destas, 64% acabavam afetando de alguma forma a mobilidade urbana.
Sobre o tema, também chama a atenção que cerca de 80% das árvores estavam em alguma situação de conflito com elementos de urbanização, como redes de energia, iluminação pública, mobilidade, entre outros.
Avenida Rio Grande
A arborização da Avenida no Cassino também já foi analisada, tendo seus dados computados separadamente. Na região, a proporção de indivíduos exóticos era ainda maior, chegando a 91% dos 661 verificados. Eram 93% adultos, evidenciando uma arborização mais antiga.
Sobre as espécies, a maioria das árvores eram Eucaliptos (57%), junto com Plátanos (11%) e Pinus (6%). A respeito do tamanho, 75% tinha porte grande, índice que é o mesmo quanto a conflitos com a urbanização, especialmente com a rede elétrica.
Já quanto à condição de saúde dos indivíduos, apenas 36% se encontrava em situação saudável, número abaixo da média do restante estudado até aqui. Também por isso, 70% do total precisava de alguma intervenção.
Objetivos
Após computados, esses diagnósticos irão formar uma grande base de dados que será utilizada para a gestão da arborização da cidade. Assim, será possível recomendar as prioridades de arborização das grandes avenidas, ruas e praças, apontando as espécies adequadas para estes plantios de acordo com suas características e legislação vigente.
Além disso, a SMMA visa a produção de um Guia Digital de Arborização Urbana e a atualização do Plano Municipal de Arborização.
ASSESSORIA -- PMRG