Em um momento de crise como o enfrentado atualmente no Rio Grande do Sul, informações falsas, as fake news, podem deixar a população ainda mais aflita e atrapalhar os serviços prestados pelos órgãos oficiais. Por esse motivo, a Polícia Civil está monitorando o compartilhamento das fake news em Rio Grande e ressalta que os responsáveis poderão ser indiciados criminalmente.
De acordo com a Delegada Regional da Polícia Civil de Rio Grande, Ligia Furlanetto, são dois modelos que costumam aparecer com maior frequência nas apurações da polícia: as informações falsas e os golpes financeiros. Segundo Lígia, apenas o primeiro formato foi constatado em Rio Grande até o momento.
“Estamos verificando, apurando e monitorando essas situações. Um exemplo foi quando noticiaram que haviam roubado uma loja de produtos militares e estariam arrombando casas com esses materiais. Equipes da Polícia Federal, da Brigada Militar e da Polícia Civil estavam nas ruas e foram, no mesmo momento, até o local e verificaram que não era verdade”, conta.
Para a delegada, episódios como esse atrapalham a execução dos serviços das forças de segurança, que têm feito trabalho específico em locais alagados. A ideia é transmitir segurança para aqueles que deixaram suas casas por meio do policiamento nessas áreas, assim como dar tranquilidade para as pessoas que ainda estão em dúvida sobre deixar suas residências por receio de possíveis roubos.
“Temos uma programação de policiamento nos pontos alagados. Então temos que desviar a nossa rota inicial, ir até o local que estão dizendo que está tendo arrombamento ou saques. Isso acaba atrapalhando bastante, sobretudo considerando os deslocamentos na água”, diz.
Sobre as informações falsas, Lígia destaca que existem métodos para a identificação de quem está divulgando e serão instaurados inquéritos policiais para que essas pessoas respondam criminalmente. Dependendo do teor das mensagens, elas podem ser enquadradas como estelionato, crimes contra a honra (difamação, calúnia, injúria), entre outros. Também pode haver contravenção penal por provocar alarde anunciando perigo ou desastre inexistente, ou ainda por praticar qualquer ato capaz de produzir pânico ou tumulto.
Recomendações
A delegada solicita que a comunidade não repasse informações sem saber a veracidade, uma vez que “em momentos de crise e dificuldade, temos que procurar praticar ações que auxiliem a população e não que causem ainda mais pânico”.
Ela ainda recomenda que só sejam feitas doações via pix para pessoas conhecidas ou para governo, prefeituras e de ONG em seus sites ou páginas oficiais. Entretanto, é muito importante verificar os dados para quem está sendo doado, para garantir que os valores estão sendo enviados para as pessoas e entidades corretas.
Denúncias podem ser realizadas por meio do número da Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento de Rio Grande - 53 98416-8931 (também é WhatsApp)
ASSESSORIA-- PMRG