A última segunda-feira (3) foi marcada pelo retorno da rede municipal de ensino após a cheia da Lagoa dos Patos. Dentre as mais de 70 instituições do município, a E.M.E.F Cristóvão Pereira de Abreu, na Ilha do Torotama, e as escolas da Ilhas dos Marinheiros, que não estão atendendo em sua localidade visto que estas foram severamente afetadas pelas inundações, atuam em diferentes modalidades para dar continuidade ao ano letivo.
Atualmente, todas as escolas da Ilha dos Marinheiros (E.M.E.F Renascer, E.M.E.F Apolinário Porto Alegre, E.M.E.F Professor Sylvia Centeno Xavier e E.M.E.F Coração de Maria) estão realizando suas atividades remotamente visto que alguns estudantes ainda estão em regiões alagadas.
A E.M.E.F Cristóvão Pereira de Abreu, que assim como grande parte da localidade da Ilha da Torotama, sofreu graves danos na sua estrutura com a invasão das águas, tem continuado suas atividades na antiga E.M.E.I Vila da Quinta. O prédio está funcionando como uma escola de campanha, disponibilizado e equipado pela Secretaria de Município de Educação (SMEd).
De acordo com o diretor da escola, Sícero Miranda, o projeto da escola de campanha foi pensado com o intuito de antecipar os efeitos das cheias da Lagoa dos Patos, tendo como base os eventos climáticos de 2023. A partir deste, a equipe diretiva realizou um planejamento para a retomada de suas atividades estrategicamente na Vila da Quinta.
Além dos itens necessários para o funcionamento da escola, como mesas, cadeiras, materiais escolares e itens de cozinha e higiene, a SMEd e a escola realizaram uma campanha de arrecadação que foram convertidas em kits de mochilas e estojos novos. Os materiais foram entregues aos alunos ainda na segunda-feira.
“A adaptação está sendo bem positiva. Eles têm se mostrado motivados em participar das atividades, socializado bastante entre eles porque essa necessidade deles de sair de casa ou dos abrigos já que temos 15 crianças no abrigo tendo aula conosco. Então está sendo uma adaptação bem importante, nós começamos ontem trabalhando os sentimentos, de que forma eles viram a situação da enchente, como eles estão com a situação da Ilha da Torotama e hoje começamos a fazer uma sondagem de aprendizagem, fazendo uma revisão de conteúdos e pré-requisitos para retomarmos a nossa atividade das aulas do ano letivo”, comentou Miranda.
Ainda, Sícero comenta que além de fiscalizar a localidade da escola, a equipe tem acompanhado e prestado auxílios à comunidade escolar durante este período. Uma das preocupações foi a ociosidade das crianças, tanto nos abrigos quanto nas casas de parentes ou locais alugados. Pensando nisso, a escola decidiu acolher os alunos durante o dia, permitindo que no futuro, estas famílias possam seguir com processo de reconstrução e limpeza das residências afetadas.
As aulas ocorrem em período integral, das 8h às 16h e, para garantir o retorno de grande parte dos alunos a sala de aula, foram elaboradas quatro rotas de transporte que percorrem áreas próximas a Ilha da Torotama (Vila Quinta, Povo Novo e Banhado do Silveira, em sua maioria), o abrigo do Arraial, localizado na Quitéria, Sítio Santa Cruz, Humaitá, Castelo Branco, São Miguel e outros.
A previsão é de que a escola de campanha funcione ainda durante três meses, conforme o período de reestruturação da Ilha da Torotama.
ASSESSORIA -- PMRG