O último evento do ano da II Semana de Conscientização e Luta pelo Parto Humanizado teve como sede o Salão Nobre Deputado Carlos Santos, da Prefeitura do Rio Grande, na tarde de quarta-feira (11). No local foi realizada uma capacitação e sensibilização voltada para profissionais da Saúde da rede municipal. Diversas manifestações ocorreram no evento, entre elas, a da vereadora Professora Denise Gomes (PT), autora da lei que instituiu a Semana.
Também se manifestaram a coordenadora do Programa Saúde da Mulher da Secretaria da Saúde (SMS), enfermeira Flávia Pohlmann, a enfermeira Vanessa Ribeiro, servidora do município na UBSF Querência e representante do Conselho Regional de Enfermagem (Coren/RS), e a doula Erika Sanchez.
Um dos temas destacados durante as manifestações foi trazido pela enfermeira Vanessa Ribeiro. Integrante da Comissão dos Protocolos do Coren/RS, ela resgatou a importância do Protocolo de Saúde da Mulher que já está em vigor no município. Conforme explicou, esse protocolo é importante para dar autonomia aos profissionais enfermeiros, tanto para fazerem diagnósticos de doenças relacionadas à saúde da mulher, bem como para fazer intervenções medicamentosas.
Autoexame de mamas
Em julho deste ano, o prefeito Fábio Branco assinou o Decreto 20.970, no qual o município passou a aderir ao uso de dois Protocolos de Enfermagem do Coren-RS para a Atenção Primária da Saúde: o de Pré-Natal de Risco Habitual e o de Saúde da Mulher. Os protocolos abordam condutas e orientações técnicas à prática de Enfermagem na Atenção Primária à Saúde, para, além de suas diretrizes, nortear às especialidades locorregionais, bem como as singularidades de cada usuário para a tomada de decisão.
Dentro do que prevê o Protocolo de Saúde da Mulher, existe a orientação sobre o autoexame de mamas. Conforme Vanessa Ribeiro, o Instituto Nacional do Câncer e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) apresentaram evidências científicas de que o autoexame de mamas não pode mais ser utilizado como método de rastreamento do câncer de mama.
“As pacientes podem utilizar o autoexame para conhecimento do próprio corpo, mas não como forma de rastreamento e detecção. O exame clínico das mamas realizado pelo profissional de Saúde, a mamografia em conjunto com o ultrassom, se necessário, são os métodos de diagnóstico dos nódulos e do câncer de mama. Nem todo o achado dentro das mamas vai ser um câncer”, acentuou a profissional.
Na palestra, ela mostrou, ainda, questões ginecológicas da mulher e como o profissional de Enfermagem pode atuar em relação aos diagnósticos e prescrições médicas. Abordou sobre violência contra a mulher e os dispositivos existentes no município de acolhimento às mulheres, o câncer de colo de útero e outros temas que compõem o Protocolo de Saúde da Mulher.
Papel cumprido
A vereadora Professora Denise Gomes comentou que, mais uma vez, a Semana de Conscientização e Luta pelo Parto Humanizado cumpriu o seu papel, ou seja, informou às gestantes sobre os seus direitos. Para além disso, “a Semana promoveu a visitação das gestantes às maternidades dos hospitais, fortaleceu a formação continuada deste serviço que precisa ser ampliado, envolvendo todas as pessoas que gestam”.
Ela elencou, ainda, a importância da aproximação da rede básica de Saúde que promove o pré-natal com os hospitais onde estão as maternidades rio-grandinas. Na opinião da vereadora, isto é um fator que dá segurança aos profissionais de utilizarem os métodos dialogados com as mulheres que gestam. Esse momento tão importante deve ser humanizado, desde a rede básica até o instante em que a gestante for buscar o hospital para cumprir todo o plano do parto”. A secretária Zelionara esclarece que a conduta a ser adotada pelo profissional médico para cumprimento do plano dependerá da evolução do trabalho de parto e da conduta médica, embora “sempre se buscará atender o desejo da paciente previsto no plano do parto”, pontua a secretária.
ASSESSORIA -- PMRG