Espaço de debates, cenário de histórias de vida, ponto de partida para transformações, descobertas, pesquisas, ambiente para revisitar o passado, entender o presente e construir o futuro. Por tudo isso, foi reservado o dia 18 de janeiro para comemorar o Dia da Universidade, uma referência a estas instituições centenárias no Brasil, que fazem parte e transformam a história do País, ao oferecerem atividades que vão muito além do tripé pesquisa, extensão e ensino, pois suas ações acabam afetando comunidades inteiras e refletem na vida das pessoas.
É o caso da jovem Gabriely Matos, que encontrou na Universidade Federal do Sergipe (UFS) a sua própria história de vida e, com isso, mudou a de sua família. “Outros familiares fizeram ensino superior, mas eu sou a primeira médica da família. Ter acesso a uma universidade pública com certeza mudou minha vida”, relata a jovem que fala de sua experiência no Hospital Universitário da UFS (HU-UFS). “Tudo aqui vira realidade”, complementa a estudante ao comentar as atividades no hospital em contato com pacientes, professores e profissionais de saúde, relacionando ensino e assistência.
Números mostram papel da Ebserh
Como Gabriely, vários usuários, estudantes, professores e profissionais de hospitais universitáriosvinculados à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) têm motivos de sobra para comemorar o Dia da Universidade. Afinal, o Brasil tem 2.574 instituições de ensino superior, das quais 313 são públicas e destas, 119 são instituições federais, sendo que 69 são universidades e em 36 destas universidades públicas federais existem 45 hospitais universitários gerenciados pela Ebserh.
Nesta rede, circulam atualmente 8.955 residentes que fazem parte de 1.112 programas de residência, formando e qualificando profissionais de saúde para todo o Brasil. Segundo dados da Coordenadoria de Gestão do Ensino da Ebserh, em 2023, 43.402 estudantes universitários de 25 dos 27 estados brasileiros estavam atuando em hospitais universitários da rede em várias atividades que vinculam ensino, assistência, pesquisa e extensão. Só no ano passado, foram aprovados 1.393 projetos de pesquisa nestes hospitais.
No total, a Ebserh participa da formação de mais de 55 mil estudantes de graduação e 8,5 mil de pós-graduaçãonesses 1.112 programas de pós-graduação em funcionamento diariamente, consolidando-se como um dos maiores polos de ensino e saúde do Brasil. Além disso, seguindo os mesmos passos das universidades e dentro das metas do governo federal, do total de 655 bolsas, foi instituída em 2024 a reserva de cerca de 50% das bolsas do Programa de Iniciação Científica (PIC) e do Programa de Iniciação Tecnológica (PIT), incluindo as ações afirmativas para expansão de ciência e tecnologia ainda na fase de graduação, e para promoção da equidade, diversidade e inclusão.
Fluxo entre universidade e hospital reflete vinculação ensino-assistência
Essa vinculação entre hospitais e universidades se reflete no intenso fluxo de acadêmicos e profissionais entre as duas instituições, como é o caso da médica e professora Camila Girardi-Flaquim, superintendente do Complexo do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (CHC-UFPR) e vice-reitora eleita da UFPR. “Para ter um ensino de excelência, a gente tem que ter uma assistência de excelência. E nós somos hospitais 100% SUS, hospitais públicos, e somos nichos de excelência dentro do Sistema Único de Saúde”, resumiu.
Segundo ela, essa experiência como superintendente e, a partir de 8 de março, como vice-reitora mostra a importância do desafio de integração entre ensino e assistência nos hospitais universitários. “É preciso que o hospital esteja próximo da UFPR, que o hospital esteja de portas abertas para a Universidade e que ela esteja de portas abertas para o nosso hospital. Ele é um campo de estágio, campo de pesquisa para diversas áreas do conhecimento, não só para as áreas de saúde. A engenharia pode se beneficiar, o design, a comunicação, enfim. Diversas áreas podem se beneficiar de estágio e de interação através de projetos de pesquisa com o Hospital de Clínicas”, detalhou.
Geração de conhecimento tem impacto em toda a sociedade
A gerente de Ensino e Pesquisa do Hospital Universitário Dr. Miguel Riet Corrêa Jr., da Universidade Federal do Rio Grande (HU-Furg), Marilice MagroskiGomes da Costa, fala da estreita relação entre os hospitais universitários e a universidade na geração de conhecimento e na oferta de serviços para a sociedade. "A universidade desempenha um papel importante na geração de conhecimento, sendo um motor de inovação e desenvolvimento para a sociedade, um pilar fundamental para o avanço da ciência, da saúde e do bem-estar social. No contexto dos hospitais universitários essa relação é ainda mais estreita, unindo a expertise acadêmica e a prática assistencial”.
Segundo ela, a produção de conhecimento na universidade não se restringe às salas de aula, mas se reflete diretamente na melhoria dos serviços prestados à comunidade, seja por meio de pesquisas clínicas, desenvolvimento de novas tecnologias, seja porcapacitação de profissionais qualificados. “A integração entre ensino, extensão, pesquisa e assistência contribui para a inovação e para a busca de soluções efetivas aos desafios da saúde pública”, afirma.
“Os hospitais universitários, ao fomentar a pesquisa, a inovação, a extensão e o ensino, contribuem não apenas para a formação de uma nova geração de especialistas, mas também para a transformação das práticas de cuidado, consolidando-se como um centro de excelência na saúde e na educação”, acrescentou a gerente, lembrando também as demais área acadêmicas neste contexto. “Não podemos esquecer de todas as demais áreas do conhecimento que se interrelacionam com a saúde e, desta forma, impactam na sociedade como um todo”, disse.
ASSESSORIA EBSERH FURG