A retomada das atividades do Estaleiro Rio Grande está movimentando a cidade e gerando grande expectativa no setor industrial. Com a encomenda de quatro navios da classe Handy para a Transpetro, a obra tem previsão de três anos e deverá gerar inicialmente mil empregos diretos, podendo alcançar 1,5 mil trabalhadores no pico dos trabalhos. Além disso, há uma perspectiva de novas encomendas para a Ecovix, o que pode impulsionar ainda mais a oferta de empregos no município.

Diante desse cenário, a diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos do Rio Grande (STIMMMERG) divulgou uma nota nesta semana reforçando a necessidade de priorizar a contratação de mão de obra local. Segundo a entidade, a cidade conta com um grande número de profissionais qualificados e experientes na indústria naval que precisam ser reaproveitados.

“Esse contingente de trabalhadores já é qualificado e tem experiência na indústria naval. Eles só têm a somar”, destaca o presidente do STIMMMERG, Benito Gonçalves. O diretor Sadi Machado reforça a preocupação do sindicato com os trabalhadores que ficaram desempregados após o fim das encomendas no Estaleiro EBR, em São José do Norte. “O EBR dispensou mais de quatro mil trabalhadores. Portanto, primeiro precisa chamar os que estão aí, desempregados”, pontua.

Além da priorização dos trabalhadores locais, o sindicato busca o retorno dos cursos profissionalizantes do Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp), que foram realizados em 2004, no início do Polo Naval de Rio Grande, e ministrados pelo Senai. “O STIMMMERG considera importante a realização desses cursos, haja vista que parte dos trabalhadores formados aqui ganharam o mundo. Tem gente trabalhando na Austrália, Canadá, Rio de Janeiro devido a essa qualificação”, explica Gonçalves.

A entidade também defende que o Governo Federal, por meio do Sistema S, contribua para a qualificação e requalificação dos profissionais, garantindo que a retomada do estaleiro traga benefícios diretos à comunidade local. "O importante é garantir que os trabalhadores de Rio Grande e São José do Norte sejam aproveitados imediatamente e que novos profissionais possam ser capacitados para atender à demanda da indústria naval", finaliza a nota do sindicato.

Fonte: STIMMMER