A partir de março, o Hospital Universitário Dr. Miguel Riet Corrêa Jr. da Universidade Federal do Rio Grande (HU-Furg), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), torna-se polo de aplicação do Palivizumabe. O medicamento, disponibilizado pelo Ministério da Saúde, é indicado para aumentar a proteção de bebês e crianças que tenham maior probabilidade de desenvolver doenças respiratórias e, que por essa razão, ficam mais vulneráveis à infecção causada pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR). O vírus pode ser responsável por até 75% dos casos de bronquiolite grave, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul (SES/RS).
Em fevereiro de 2019, o HU-Furg recebeu a visita da equipe técnica da SES/RS que avaliou a possibilidade de o Hospital ser um dos polos de aplicação do Palivizumabe no estado ? há apenas outros 22 polos de aplicação no RS. Com o credenciamento, os profissionais do HU-Furg (pediatras, enfermeiros e farmacêuticos) foram capacitados para realizar o acompanhamento do protocolo específico e a aplicação da medicação. Em 26 de março, será iniciada a aplicação mensal do Palivizumabe, atendendo a uma antiga demanda da região, como ressalta a pediatra e gerente de Ensino e Pesquisa, Marilice Magroski, ?essa é uma conquista para o nosso HU e para toda a região, pois agora somos referência para Rio Grande, São José do Norte, Chuí e Santa Vitória do Palmar?.
O Ministério da Saúde disponibiliza até cinco doses de Palivizumabe por criança, as aplicações são realizadas a cada 30 dias, no período de maior circulação do VSR, nos meses de março a setembro, com pico em junho e julho. A SES/RS enfatiza que, com o uso do Palivizumabe sistematizado, a partir de 2011, iniciou uma redução da bronquiolite grave em todo o estado, e a consequente diminuição da taxa de hospitalização relacionada a ele. O HU-Furg seguirá o protocolo estadual que prevê os seguintes critérios de inclusão dos pacientes:
- Crianças prematuras nascidas com idade gestacional ? 28 semanas (até 28 semanas e seis dias) e com idade inferior a um ano (até 11 meses e 29 dias);
- Crianças com idade inferior a dois anos (até um ano, 11 meses e 29 dias), com doença pulmonar crônica da prematuridade, displasia broncopulmonar, ou doença cardíaca congênita com repercussão hemodinâmica demonstrada.
Os pais ou responsáveis pelas crianças com indicação de receber a imunização com o Palivizumabe receberão o encaminhamento do médico assistente e serão orientados a entregar a documentação na recepção da UTI Neonatal do HU-Furg, de segunda a sexta-feira, 8h às 12h e das 13h30min às 17h30min. São necessários documentos pessoais da criança e do responsável, receituário médico com indicação do Palivizumabe e a descrição de doenças crônicas ? se for o caso, termo de consentimento e formulário para a solicitação preenchido pelo médico solicitante. Os casos serão analisados individualmente pela equipe do HU-Furg e, em caso de conformidade com os critérios de inclusão estabelecidos no protocolo, os pais ou responsáveis serão contatados para agendar a aplicação do Palivizumabe.
Sobre o Palivizumabe
A bronquiolite é uma doença infantil com alta prevalência nos meses de inverno no sul do país, determinando a necessidade de internação de um considerável número de bebês e causa de muitos óbitos. O Palivizumabe é um medicamento que tem por função deixar a criança imune a infecção pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR) por um tempo de 30 dias. Não é uma vacina, é um anticorpo (defesa pronta). O vírus sincicial respiratório (VSR) é um dos principais agentes causadores das infecções que acometem o trato respiratório inferior em crianças menores de dois anos de idade, podendo ser responsável por até 75% das bronquiolites e 40% das pneumonias durante os períodos de frio. O VSR atinge o trato respiratório através do contato íntimo de pessoas infectadas ou através de superfícies ou objetos contaminados.
Bebês com menos de seis meses de idade, principalmente prematuros, crianças com doença pulmonar crônica da prematuridade e cardiopatas são a população de maior risco para desenvolver infecção respiratória mais grave, necessitando de internação por desconforto respiratório agudo em 10% a 15% dos casos. A prematuridade é um dos principais fatores de risco para hospitalização pelo VSR. Em prematuros com menos de 32 semanas de idade gestacional, a taxa de internação hospitalar é de 13,4%, sendo que esta taxa decresce com o aumento da idade gestacional. A presença de malformações cardíacas está relacionada a uma maior gravidade e taxas de hospitalização maiores em caso de infecções causadas pelo VSR. A taxa de admissão hospitalar nesses quadros é de 10,4%, com maior necessidade de internação em terapia intensiva e ventilação mecânica (37%) e mortalidade de 3,4% comparada a uma taxa de 0,5% na população previamente sadia. Nas crianças com Doença Pulmonar Crônica da Prematuridade (DPCP) a taxa de internação hospitalar atinge 17%.
Assessoria de Comunicação do HU-Furg/Ebserh