ntegrando o calendário de ações da 2ª Semana Municipal da Síndrome de Down, foi realizado na tarde desta terça-feira (26), no Salão Nobre Deputado Carlos Santos, Prefeitura de Rio Grande, o seminário “Down: Independência e Autonomia”. A roda de conversa foi organizada pela Coordenadoria Municipal de Políticas Públicas para Pessoas com Deficiências e Altas Habilidades.

A discussão contou com a participação de grupos de mães, pessoas com Síndrome de Down e representantes da classe empresarial do município e do poder legislativo municipal, além da comunidade em geral. No bojo do debate estiveram os relatos das experiências da inclusão das pessoas com a síndrome no mercado de trabalho rio-grandino, tanto das perspectivas das empresas, quanto das mães, e das próprias pessoas Down.

O coordenador de Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência e Altas Habilidades, Fernando Castro, reforçou o significado da realização da semana e especialmente do seminário elaborado. “É a importância do tema que nos leva, que nos move a essa ação. É necessário cada vez mais o diálogo para que possamos avançar nas políticas públicas propostas pela municipalidade. É muito significativo termos agora a realização anual da semana, através da lei municipal proposta pelo vereador Rogério Gomes. Nos âmbitos do poder executivo e legislativo, estar buscando a promoção deste diálogo é muito importante. A coordenadoria tem um papel fundamental, pois com ela o deficiente passou a ser o norteador da questão [...] É preciso destacar que esta semana não é uma semana de comemoração, mas de reflexão, para trabalharmos em conjunto, e nesta direção”, frisa Fernando.

Representando o legislativo municipal, o vereador Rogério Gomes falou do histórico da criação da semana. “A realização dessa semana partiu da demanda da própria comunidade ao legislativo, de um familiar que nos procurou para pleitear a edição de uma lei municipal instituindo a semana. E é dever do poder público a criação de mecanismos para a promoção de políticas públicas para todas as parcelas da população. Tenho certeza de que todos os eventos que estão acontecendo na semana são e serão muito produtivos para a construção desse tema”, completou Rogério.

Durante seu relato ao público presente, Dóris Marandini, mãe da Marina Marandini, que nasceu com a síndrome, narrou a trajetória da filha. Marina é formada em Artes Visuais pela Universidade Federal do Rio Grande e atualmente trabalha em uma empresa do Distrito Industrial de Rio Grande. “Nada na vida da Marina foi fácil, tudo sempre foi muito difícil, mas não impossível. Para a pessoas com síndrome de Down são muitas as portas que se fecham e poucas que se abrem. Mas eu quero pedir que não desistam dos filhos de vocês, façam tudo o que puderem por eles, eles tem sim potencial. Depois que a Marina se formou ela foi fazer dança, e a busca por uma vaga no mercado de trabalho foi árdua. Mas finalmente ela aconteceu. Hoje a Marina está empregada em lugar que respeita a diferença dela e, principalmente valoriza o trabalho dela. Ela está feliz e produtiva, adora o que faz [...] E aproveitando essa oportunidade que a Marina está tendo, o que eu quero pedir para as empresas que estão aqui hoje é isso: que não apenas preencham uma vaga, mas que valorizem a pessoa com Down no âmbito da empresa, porque isso faz toda a diferença”, pede Dóris.

Na esfera empresarial, especialmente no que diz respeito ao programa de trabalho elaborado pela Rede Guanabara de Supermercados, a representante do setor de Recursos Humanos em Rio Grande, Elizandra Jocasta, narrou o histórico e o crescimento da rede relacionado à pauta. “Nós começamos com a constituição de uma Turma de Aprendizagem, uma vez que as contratações imediatas, de carteira assinada, implicariam na perda do benefício da LOAS, que a maioria dos portadores de deficiência recebe. Então a rede iniciou um programa neste modelo, estabelecendo um período para o programa de aprendizagem, que dentro do processo pode evoluir para a contratação efetiva. Dentro desse programa a pessoa com deficiência é ‘apadrinhada’ por um funcionário da empresa, que faz isso voluntariamente e nós investimos então no treinamento para estes padrinhos e lideranças [...] Para nós é engrandecedor, o crescimento e desenvolvimento deles dentro da rede não é só deles, é também nosso”, afirma Elisandra.

A 2ª Semana Municipal da Síndrome de Down acontece até esta quinta-feira, 28. Amanhã (27) a APAE promoverá uma Oficina de Massas/Confeitaria Down, às 8h; às 15h30 a SMEd e APAE promovem um roda de conversa sobre escola, família e sociedade. No dia 28, às 19h, a Faculdade Anhanguera promove um ciclo de palestras intitulado “Abordagem Multiprofissional”. Para participar basta levar um produto de limpeza na secretaria da faculdade.

Assessoria de Comunicação / Prefeitura de Rio Grande