Projeto Rio Grande, Eu Amo, Eu Cuido: Gustavo Martinez Souza e os projetos ambientais na Praia do Cassino
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Publicado em 14/06/2019

Os projetos de educação ambiental de Gustavo oportunizam a interação de crianças com animais e a natureza para incentivar o cuidado e preservação

A convivência harmônica entre o ser humano e meio ambiente é o foco de um projeto de educação ambiental que tem produzido e multiplicado conhecimento sobre os animais marinhos, em especial a população de tartarugas de Rio Grande, além de compartilhar esses saberes com crianças através das artes visuais. A iniciativa é de Gustavo Martinez Souza, doutor em Oceanografia Biológica. Natural de São Paulo, ele abraçou Rio Grande como sua terra, onde fez toda a sua formação acadêmica.

Após nove anos em La Coronilla, no Uruguai, onde atuou desenvolvendo atividades de educação ambiental, ele retornou a Rio Grande em 2010, com um objetivo bastante claro: compartilhar o conhecimento científico, através de uma linguagem versátil e acessível, relacionando música e artes visuais. Aliado a suas experiências e conhecimento, Gustavo iniciou o projeto “Caminho Marinho”, que consiste na pesquisa científica sobre as tartarugas marinhas nos Molhes da Barra.

O projeto, que completou nove anos no mês de maio, realiza o monitoramento das tartarugas no ambiente. Em ação educativa, oportuniza que as crianças das escolas do Cassino participem das atividades e vivenciem as experiências com os animais e o meio ambiente. Sobre o trabalho desenvolvido, Gustavo faz uma analogia com o sistema de saúde. “O Caminho Marinho atua como o médico da família, que vai até o ambiente, monitora, analisa a situação, mede, avalia, marca e libera o animal, inclusive analisando possíveis riscos e deixando a equipe do Centro de Recuperação de Animais Marinhos em alerta sobre o caso. Praticamente todos os dias a equipe está presente nos Molhes da Barra. A gente faz de 4 a 5 atividades por semana para o monitoramento e avaliação da abundância de tartarugas”, explica.

Para Gustavo, a conscientização sobre uma convivência harmônica dos seres humanos com o meio ambiente é o caminho para a manutenção das tartarugas marinhas. “A tartaruga é fundamental dentro da pesquisa, porque ela está em uma praia de desova, no meio do ambiente oceânico e aqui pertinho da nossa costa. Ela interage a todo o momento”, argumenta.

Extensão do Caminho Marinho, o projeto Ritmo do Mar se encaixa nesta proposta, como explica Gustavo, promovendo discussões e expondo como a Terra segue um ritmo e que esse ritmo precisa, mais do que ser entendido, ser respeitado e aproveitado.

No Ritmo do Mar, as crianças participam das atividades de pesquisa nos Molhes da Barra. Tudo é elaborado de forma lúdica e acessível, para que elas compreendam o sentido do projeto e vivam de forma mais harmônica com o meio ambiente. Além do contato com as tartarugas, as crianças passam a ter também a oportunidade de produzir instrumentos musicais através da reciclagem, em uma parceria com grupos de percussionistas rio-grandinos.

Outra ação da qual participa o projeto, a limpeza da orla da Praia do Cassino, também é de grande relevância para o programa. O material recolhido, junto com outros materiais biodegradáveis, dá origem a réplicas biodegradáveis de animais marinhos, confeccionadas pelas crianças em oficinas.

No Carnaval do Cassino é possível ver os resultados do projeto. Nesta edição da festa, foram 700 adereços gratuitos para as escolas confeccionados pelas crianças do projeto. “É ação, eles fazem as fantasias deles, eles pintam as fantasias com custo 0. As crianças pintam os animais. A gente tem tartarugas em tamanhos reais, tubarões martelos, golfinhos, botos, que participam do desfile. Cada criança faz a sua carapaça também”, conta.

Gustavo destaca que o projeto não busca investimento financeiro, mas a eficiência, fazendo o melhor possível com a menor quantidade de recursos. “A gente acredita na viabilidade econômica como pedra fundamental. Nossa iniciativa propõe a resiliência, conseguir fazer mais com menos, e a trabalhar com pesquisa, extensão e ensino de baixo custo”, explica Gustavo.

Apesar de sua formação na área da Oceanografia Biológica, Gustavo atua como professor substituto de estatística na FURG, e considera a função uma importante ferramenta para incentivar a preservação. “Ser professor de estatística me permite falar de ambiente para os profissionais do século XXI. É importante transformar a estatística nessa ferramenta ambiental, por que um ambiente é economia, ecologia e sociedade. O Caminho Marinho e o Ritmo do Mar acreditam na conservação como viabilidade econômica, justiça social e sustentabilidade ecológica”, completou.

Assessoria de Comunicação PMRG

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