Rio Grande Eu Amo Eu Cuido: Recanto Nossa Senhora de Lourdes – um trabalho coletivo de devoção e tradição
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Publicado em 24/07/2019

Um lugar para entrar em conexão com a fé e com a natureza. Assim é o Recanto Nossa Senhora de Lourdes, um santuário localizado na Ilha dos Marinheiros, distante 37 km do centro de Rio Grande. No espaço as imagens da santa e da menina Bernadete (que de acordo com relatos presenciou sua aparição) ajoelhada a seus pés, peças esculpidas e doadas pelo famoso escultor rio-grandino Érico Gobbi.

Fundado há 12 anos, o Recanto é fruto da iniciativa coletiva de moradores da Ilha e de pessoas envolvidas com a comunidade – através da Sociedade Marinhense de Desenvolvimento Sustentável (SMDS) – que com a constituição do local pretendiam melhorar a autoestima dos ilhéus e resgatar a história da colonização portuguesa na ilha. Além de espaço para orações e pedidos de graças pelos devotos de Nossa Senhora, o santuário também é utilizado para manifestações da cultura local, como o Terno de Reis, exposições, procissões, entre outras festas tradicionais.

Localizado na Ilha dos Marinheiros, o santuário é resultado da colaboração conjunta de uma comunidade, que não mediu esforços para sua consolidação.

A oficialização da doação de terras e a estruturação do projeto do recanto aconteceu durante a realização da 20ª Fearg, quando participaram do ato um morador da Ilha dos Marinheiros, a artista plástica Anna Morisson, o escultor Érico Gobbi e Gilberto Consoni. A artista plástica é nascida na ilha, seus avós vieram de Portugal, fizeram parte da colonização do local e por isso possui uma ligação especial com o local. Foi ela a responsável pela elaboração do desenho e traçado do projeto do santuário, tal como ele é hoje.

A inauguração do recanto aconteceu em 26 de maio de 2007 e envolveu toda a comunidade da Ilha dos Marinheiros, que se mobilizou voluntariamente para a limpeza do terreno, além de empresas que atuavam à época no Distrito Industrial de Rio Grande, que por meio de um trabalho social contribuíram para a construção das casas de visita que compõem o espaço. O chafariz, bancos e banheiros são frutos de doações dos moradores. A colocação da imagem no morro, no entanto, aconteceu antes, em 2002. No período ainda não existia a ponte que liga o município e a ilha, portanto o traslado da imagem de Nossa Senhora foi feito de balsa e contou com o suporte da Marinha.

    

Constituído desde a sua ideia inicial por meio de doações, ainda é assim que o Recanto se mantém até hoje. Atualmente a receita para manter o santuário vem do “Grupo Amigos de Nossa Senhora”, um coletivo de 20 pessoas, entre moradores da ilha e de Rio Grande, que contribuem com uma quantia mensal; outra fonte de renda são valores deixados pelos fiéis na caixinha de doações. Pessoas com origens em diversos estados do país já visitaram o espaço, e mesmo gente de fora do país, como de Portugal e Cuba, vieram conhecer a imagem.

Com 63 anos de idade, João da Silva dos Santos, o “Seu Joca”, é o responsável pela manutenção e zeladoria do local desde que o santuário foi erguido. Ele mora em uma casa construída dentro do Recanto e plantou todas as árvores que hoje estão ali. Na rotina dos seus dias estão o cuidado permanente destas árvores, a produção de novas mudas para o espaço, a limpeza das esculturas, entre outras atividades que ele desempenha com muito vigor e de maneira completamente altruísta. “A minha recompensa por fazer isso é a sensação que tenho, sabe: a de me sentir bem, em paz, fazendo o que eu faço. Quando eu recebi o convite para ser caseiro deste espaço eu vivia em Rio Grande e estava com um problema muito sério na coluna, mal podia andar e cheguei na ilha carregado em uma padiola. Em poucos dias morando aqui no Recanto foi como se eu nunca tivesse tido nada” – revela com gratidão o Seu Joca, que se despede para voltar à sua rotina de cuidado com esse lugar de atmosfera mágica.

 

Acessoria de Comunicação/Prefeitura Municipal da Cidade do Rio Grande

 

   

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