A experiência da Escola Municipal de Educação Bilínge Profª Carmen Baldino, localizada no Rio Grande, vai ser apresentada no XVIII Congresso Internacional de Educação para Surdos – Coines 2019, que ocorre na cidade do Rio de Janeiro, de 20 a 22 de novembro. Coube à professora Márcia Oliveira de Oliveira, única selecionada entre várias candidatas na região Sul do estado, fazer a apresentação dessa experiência, na sexta-feira (22), por meio do artigo sobre as Políticas Públicas para os Surdos, a partir da criação do Decreto Municipal 13.200/2015, cujo texto criou a Escola Bilíngue no município.
A importância do Congresso é percebida em um vídeo divulgado pela Internet em que o diretor geral do Instituto Nacional de Educação dos Surdos (INES), órgão do Ministério da Educação, Paulo André informa que foram convidados diversos especialistas, de vários países, para contribuir com informações e conhecimentos sobre os temas a serem tratados no Congresso. O vídeo é produzido em linguagem de sinais, com legendas e sem som, para facilitar o acesso ao povo surdo.
“Educação, Cultura e Saúde são temas que estarão sendo aprofundados no evento com objetivo de dar incentivo à pessoa surda – muitas vezes depreciada -, apoiando na superação e no protagonismo dos surdos”, enfatiza o diretor.
O artigo a ser mostrado pela professora Márcia de Oliveira faz um histórico da criação da Escola Carmem Baldino. No material, ela cita que a Escola foi a sétima nesse modelo a ser criada no país. Carmem Baldino foi uma professora e mãe de uma aluna surda, que dedicou sua vida à educação dessas crianças. Um ano antes da assinatura do Decreto, ela faleceu.
Márcia destaca que, assim como ocorre nas comunidades surdas espalhadas pelo Brasil, a Escola é fruto de lutas realizadas na cidade e região, durante vários anos. “A Escola Carmem Baldino funciona com recursos próprios da Prefeitura Municipal e iniciou com 12 alunos surdos, com aulas em turno integral no Ensino Fundamental completo, desde os anos iniciais. Em 2018, em parceria com a Coordenadoria Regional de Educação do Estado, iniciou o Ensino Médio noturno atendendo estudantes surdos que haviam abandonado a escola na inclusão. Hoje, são 60 estudantes surdos, deficientes auditivos, surdos com deficiência e crianças ouvintes filhas de pais surdos.”
Conforme cita a professora Márcia no artigo, há previsão de que a Escola se transfira para um prédio próprio (hoje é alugado pela Prefeitura). Em 2020, está programado a realização de um concurso público para professores de Libras, totalmente sinalizado, abrindo quatro vagas iniciais. Hoje, a Escola funciona com 21 professores bilíngues, merendeiras, auxiliares de serviços gerais, secretária, porteira e monitores. Todos os funcionários já fizeram curso de Libras e continuam com o aperfeiçoamento, para que os alunos se comuniquem em todos os espaços.
Assessoria de Comunicação PMRG