Universidade também articula parceria com outras instituições para a compra de mais de 6 mil testes sorológicos
Uma iniciativa da Universidade Federal do Rio Grande (FURG) e de seu Hospital Universitário Dr. Miguel Riet Corrêa Jr., que é vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), vai disponibilizar ao município do Rio Grande 4 mil testes moleculares (RT-PCR) para o coronavírus. Diferente do teste rápido, que só pode ser realizado após o sétimo dia de sintomas e indica se o paciente já contraiu ou está imune ao vírus, o teste molecular apresenta um exame biológico completo e permite identificar a presença do vírus já nos primeiros dias da doença.
Na manhã desta sexta, 3, o Conselho Curador da Fundação de Apoio ao Hospital de Ensino do Rio Grande (Faherg) se reuniu por videoconferência e aprovou o uso de R$ 430 mil de seu fundo de contingência. O recurso será utilizado para a aquisição dos materiais de consumo dos testes e também para as adaptações estruturais necessárias para que o Laboratório de Análises Clínicas (LAC) e outros três laboratórios da Área Interdisciplinar de Ciências Médicas do HU possam processar os exames.
A compra será feita hoje e o prazo para entrega é de 20 a 30 dias, período que será dedicado à reforma dos espaços. ?Ainda não estamos em situação tão grave. Por isso o momento de agir é agora?, explica o vice-reitor da FURG, Danilo Giroldo.
A iniciativa se soma à da Prefeitura Municipal do Rio Grande, que está adquirindo cerca 1,5 mil testes rápidos, número que, em parceria com a sociedade civil organizada e outras instituições, a FURG quer fazer chegar em 8 mil. Giroldo observa que a iniciativa tem dois objetivos: ?Primeiro, va mos ter testes disponíveis para quem está na linha de frente. Quando uma pessoa está com suspeita da doença, ela e todos que tiveram contato com ela têm que ficar em isolamento e se perde um conjunto de pessoas de áreas essenciais por até 14 dias. Com essa testagem em Rio Grande a gente vai conseguir testar rápido. Se tiverem contaminadas, as pessoas vão pra isolamento, se não tiverem, poderão voltar logo ao trabalho?. O vice-reitor refere-se a profissionais de saúde, forças de segurança, trabalhadores portuários e de serviços essenciais. O segundo objetivo é estratégico: ?Esse número, 4 mil testes moleculares, mais 8 mil testes sorológicos, vai permitir que a gente tenha um panorama mais claro da evolução da doença e vamos poder tomar decisões com mais clareza, o que só é possível analisar quando dispomos de um volume maior de testes?, finaliza.
Parceria
Na última quinta, 2, a Reitora e o Vice-reitor da FUR G, acompanhados pela Superintendente e pelo Gerente de Atenção à Saúde do HU FURG/EBSERH, participaram de reunião com a Prefeitura, o Ministério Público Estadual, o Porto do Rio Grande, empresários e entidades empresariais, como o Centro de Indústrias, a Câmara de Dirigentes Lojistas e a Câmara do Comércio para planejarem a compra de cerca de 6,5 mil testes rápidos. Em conjunto com os já adquiridos pela prefeitura, somariam 8 mil testes rápidos, número apontado como adequado pela equipe especializada do HU para o município.
Os 4 mil testes moleculares e os 8 mil sorológicos serão exclusivos para testagem no município do Rio Grande.
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ITecCorona trabalha em projeto para automação de reanimador manual
Iniciativa prevê otimização hospitalar no combate à pandemia da covid-19
Frente à pandemia da Covid-19, a Univers idade Federal do Rio Grande (FURG) vem realizando uma série de projetos para combater o avanço da transmissão do vírus e capacitar os profissionais e instalações hospitalares locais. Na última semana, o grupo iTecCorona, deu início ao projeto de automatização de Ambus, equipamento que promove ventilação artificial enviando ar comprimido ou enriquecido de oxigênio para o pulmão do paciente mediante administração manual de um profissional. A medida prevê a otimização de recursos humanos dentro da área hospitalar.
Quando o equipamento recebe a automação, o profissional responsável por realizar o bombeamento de ar é dispensado da função, podendo atuar em outra frente, conforme as demandas e necessidades do centro hospitalar. De acordo com o professor Vinicius Oliveira, do Centro de Ciências Computacionais (C3) e um dos coordenadores do projeto, conforme o protocolo para tratamento da COVID-19, o Ambu não é usado diretamente no combate à doença, no enta nto, o reanimador manual pode ser usado em pacientes que sofrem de outras enfermidades.
Segundo o professor, a ideia surgiu em meio à demanda de respiradores e ventiladores para tratamento de pacientes de covid-19. No entanto, produzir esse tipo de equipamento seria tecnicamente mais complexo e, de acordo com Vinicius ?necessitariam uma validação técnica mais aprofundada para não causar danos ao paciente?, explica. Pensando na agilidade do processo e em como solucionar a questão de forma rápida e eficaz, surgiu a ideia de automatizar o uso do Ambu para ?liberar equipamentos já certificados autorizados no protocolo de atendimento para a COVID-19?.
Estão envolvidos no projeto uma equipe de professores do C3, Escola de Engenharia (EE), estudantes de mestrado e graduação dos cursos destas unidades e alguns voluntários do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS). Vinicius conta que o grupo se divide entre trabalho remoto e também presencial, conform e as instruções de prevenção ao Coronavírus, no Oceantec. Atualmente, a iniciativa está finalizando a construção e programação do protótipo, o qual será encaminhado, em breve, para validação junto ao Hospital Universitário Dr. Miguel Riet Corrêa Jr., da FURG (HU-FURG/Ebserh).
O que é o iTecCorona
Em parceria com outras instituições, a FURG organizou uma frente tecnológica para atuar diretamente na criação, adaptação e construção de soluções científicas e tecnológicas para o combate e prevenção do coronavírus. O grupo do iTecCorona reúne integrantes do Centro de Ciências Computacionais (C3), Escola de Engenharia (EE), Instituto de Matemática, Estatística e Física (Imef), Parque Tecnológico ? Oceantec, Incubadora de Empresas de Base Tecnológica - Inovattio, e os institutos federais de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) e Sul-rio-grandense (IFSul).
A e quipe foi dividida em frentes de trabalho, responsáveis por atuar de forma autônoma e auto-organizada. Essas frentes foram definidas de acordo com os tipos de desafios e demandas, observando o perfil dos voluntários. São elas: desenvolvimento de equipamentos, software, analytics, ecommerce e comunicação, além de um grupo específico responsável pela interação com a comunidade.
Assessoria de Comunicação /FURG