Uma pesquisa desenvolvida no Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde (PPGCS) da FURG tem monitorado os níveis de poluição atmosférica durante o período de isolamento social em Rio Grande.
O monitoramento iniciou em 20 de abril com filtros distribuídos pela cidade, em bairros como Centro, Cidade Nova, Cassino e Barra. Os resultados preliminares estão sendo comparados a registros históricos do monitoramento realizado pelo grupo de pesquisa e têm mostrado redução nos níveis de ozônio que variam entre 30 e 50%, dependendo do local do filtro.
A iniciativa surgiu a partir das informações de redução da poluição, principalmente na China e Europa. Sendo o ozônio um poluente atmosférico originado a partir de outros gases atmosféricos lançados na atmosfera pela queima de combustíveis fósseis e muito relacionados com emissões veiculares, o grupo, liderado pelo docente Flavio Rodrigues, escolheu monitorar este poluente por ser extremamente nocivo à saúde humana e em função de a técnica para estimar seus níveis ser relativamente simples.
Os filtros, feitos de celulose, foram instalados em postes, em um suporte plástico, aproximadamente na altura do nariz, para simular a respiração. Depois de instalados, ficaram no local por 24h. O processo se repetiu todos os dias da semana.
Desde 2018, o Laboratório de Ensaios Farmacológicos e Toxicológicos (Left) faz o acompanhamento do nível de ozônio em alguns pontos da cidade e em períodos distintos do ano. Com isso, foi possível observar uma redução de 50% da poluição ambiental no cruzamento entre as ruas Buarque de Macedo e Domingos de Almeida, no bairro Cidade Nova. Na Praça Tamandaré, localizada no Centro de Rio Grande, a redução apontada foi de 40%.
Rodrigues comenta que os dados estão de acordo com a recente notícia que aponta Rio Grande como a cidade que mais respeitou o isolamento social e que “esta redução da poluição pode significar uma melhora da qualidade de vida e do meio ambiente”. O docente destaca que o isolamento social e a campanha #ficaemcasa, além de reduzirem e retardarem a transmissão da Covid-19, têm servido para reduzir a poluição do ar em Rio Grande.
Dados do Ministério da Saúde apontam que os óbitos por complicações relacionadas à poluição do ar aumentaram 14% em dez anos no Brasil. “Qualquer mecanismo que seja capaz de reduzir os níveis de poluição trará benefícios para a população”, sugere o professor.
Assessoria de Comunicação / FURG