Em meio a prateleiras cheias de stents, marca-passos, oxigenadores e fios para intubação, o jovem Carlos Eduardo Silva da Luz, 17 anos, supera limites e constrói um futuro que não imaginava existir. Morador da Lomba do Pinheiro, começou a frequentar o Centro da Juventude (CJ) do bairro e recebeu a oportunidade de ser auxiliar administrativo no Instituto de Cardiologia, um dos principais hospitais do Rio Grande do Sul.
Orientado pelos funcionários do departamento, Carlos tem lições práticas de informática, administração e relações interpessoais que serão determinantes para o seu ingresso no mercado de trabalho. Ele é um dos cerca de 600 jovens atendidos pelo Programa de Oportunidades e Direitos (POD), mantido pela Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH), com apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
“Me sinto prestativo, dou orgulho à minha família e posso mostrar aos outros que vou além. Amplio minha visão de mundo com este trabalho e sou grato pela oportunidade que ganhei. Vou agarrá-la até o fim. Trabalhar faz bem”, diz Carlos.
A meta dele é ser efetivado, assim como ocorreu com outro frequentador do CJ da Lomba do Pinheiro, Jordane de Souza, 20 anos. De jovem aprendiz de gastronomia ele passou a funcionário do Instituto de Cardiologia em apenas seis meses. A primeira assinatura na carteira de trabalho propiciou a realização de dois sonhos: o casamento com a namorada e a compra do primeiro carro.
“O CJ me trouxe até aqui e só posso agradecer. Tenho muito mais a aprender e é isso que faço no tempo que sobra das minhas tarefas. Um dia serei cozinheiro”, afirma Jordane.
Prevenção à violência e foco na cidadania
Com investimentos em educação, esporte, cultura, empreendedorismo, segurança pública e atendimento socioeducativo, o POD é uma política pública pioneira e completa para criar oportunidades aos jovens e melhorar a qualidade de vida das comunidades.
Atualmente são seis CJs no Estado: Lomba do Pinheiro, Rubem Berta, Cruzeiro e Restinga – em Porto Alegre –, além de Alvorada e Viamão. A projeção é atender anualmente 3,6 mil jovens entre 15 e 24 anos.
“Estamos falando de jovens com muito potencial, que querem se desenvolver e necessitam de oportunidades. Entregaremos prédios novos para os CJs e faremos do programa um dos nortes da nossa atuação à frente da Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos”, afirma o secretário Catarina Paladini.
Além de abrir as portas do mercado de trabalho a moradores de regiões de alta vulnerabilidade social, o POD promove a aproximação de policiais nas comunidades. Com espaços seguros para a convivência, o desenvolvimento de habilidades e a sociabilidade transformam as vidas de centenas de famílias.
“Vamos disseminar a cultura da paz com um trabalho firme de prevenção à violência e à criminalidade. Como fazer isso, na prática? Investindo na cultura, no trabalho e no aprimoramento de talentos”, complementa Paladini.
Acessoria de comunicação/Governo do Estado do Rio Grande do Sul